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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Don Juan em a Erva do Diabo

Por Carlos Castañeda
 
"Qualquer caminho é apenas um caminho e não constitui insulto algum - para si mesmo ou para os outros - abandoná-lo quando assim ordena seu coração. (...) Olhe cada caminho com cuidado e atenção. Tente-o tantas vezes quantas julgar necessárias... Então, faça a si mesmo e apenas a si mesmo uma pergunta: possui esse caminho um coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso contrário, esse caminho não possui importância alguma."

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A Erva do Diabo é o nome de uma erva do gênero Datura que se distribui notadamente pelo oeste dos Estados Unidos e América Central. Pelo fato do antropólogo e escritor Carlos Castaneda tê-la mencionado em seu livro The Teachings of Don Juan: A Yaqui Way of Knowledge, publicado em 1968, as edições deste livro em alguns países receberam o título de A Erva do Diabo.
Nesta publicação, o escritor relata os primeiros encontros com Don Juan Matus, um índio Yaqui de Sonora, que veio a ser o seu mestre no que era denominado pelo ìndio de "Caminho do Conhecimento". Relata também o quanto foi difícil para Castaneda, um representante da sociedade americana, compreender os valores de Don Juan, que se comportava de acordo com a cultura milenar dos chamados "Videntes" da América Central.
Por parte de Carlos Castaneda, a assimilação dos conhecimentos dos índios e particularmente de Don Juan Matus tinha por objetivo a realização de um estudo antropológico para a Universidade da Califórnia (UCLA), sobre a cultura indígena da América Central, com o fim de publicar livros e outros trabalhos acadêmicos. O paradigma de Carlos Castaneda naquela época, sobre o mundo e a vida em geral, era o da grande maioria dos cidadãos ocidentais mais instruidos, isto é, o uso do referencial científico para explicar a realidade.
O índio Don Juan tinha o objetivo de provocar uma quebra no padrão cognitivo habitual de Castaneda e levá-lo a vislumbrar a existência de outros padrões da realidade. A capacidade de vislumbrar outros padrões da realidade é um dos principais objetivos dos Videntes.
Os eventos que chamam a atenção da maioria dos leitores - mas não o objetivo principal do livro - são os relatos de Castaneda sobre os rituais dos índios sonoras do México, nos quais utilizavam alucinogénos preparados a partir de plantas em suas formas originais, masseradas, ou mesmo in natura como mastigação de botões de cactos. Essas plantas têm marcantes propriedades psicoativas de expansão da percepção habitual, e por isso os índios as chamam de "Plantas de Poder". Não houve relatos de consumo de produtos sintéticos concentrados.
A ingestão das Plantas de Poder não era para Don Juan, um método eficiente para a evolução dos seus aprendizes. Foi somente a primeira tentativa de uma série de muitas outras diferentes que utilizou, para que Castaneda assimilasse, ao longo de anos, o nexo da complexa e rica cultura milenar dos "Videntes". Nas fases seguintes do aprendizado, as Plantas de Poder deixaram de ser utilizadas em favor de intensas práticas realizadas diretamente na vida cotidiana.
O título do livro no Brasil, "A Erva do Diabo", gerou um desvio na compreensão do sentido original da obra, que enfatiza os ensinamentos de Don Juan - The Teachings of Don Juan: A Yaqui Way of Knowledge" ("Os Ensinamentos de Don Juan: O Caminho Yaqui do Conhecimento").
A gradativa compreensão e aprofundamento nos elementos cognitivos que antes eram propagados somente entre os mestres e aprendizes, foram relatados também nos outros livros da obra de Carlos Castaneda.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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