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domingo, 28 de março de 2010

O Pedro de ontem é o Dr. Paxeco de amanhã (Parte 4)

Pedro tinha problemas conjugais.

Ele sempre correu atrás de seu sonhos, mas a única coisa que encontrou foi a realidade.

Pedro não gostava de ter que ir dormir mais cedo em uma cama que ele não gosta só porque sua mulher mandou. Mas, mesmo assim, ficara ao lado de sua mulher, como as pedras imóveis na praia, sem saber dos amores que a vida lhe trouxe e ele não pode viver.

Pedro não podia mais aceitar a mentira, que os sonhos desfazem aquilo que o Padre falou. E resolveu agir.

Apesar de Pedro saber que todos os seus caminhos levavam para Angela, também sabia que se esse amor ficasse apenas entre eles dois, seria tão pobre amor, porque iria se gastar.

Pedro pensou: "É pena que você pensa que eu sou seu escravo, dizendo que eu sou seu marido e não posso partir."  Nesse dia, vendo as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar, Pedro aprendeu o segredo da vida.

Mesmo que apertasse aquela sensação sem nome, que o fazia engolir a seco, a sua sede era de Angela. Quantas vezes ele quis negar, mas seu rio só corria em direção ao mar de Angela.

Ele que se sentia o rei do fogo e dos trovões assistiu seu trono desabar sedendo as tentações de Angela.

Bastou o olhar dela para lhe calar a voz. E pensou: "Me ensina a segurar a barra de te amar. Segura minha mão, quando ela fraquejar, não deixe a solidão me assustar. Mata a minha fome nas letras e na glória do teu nome."

Mas Pedro tinha medo de cair no laço que ela lhe preparou. Quando Pedro jurou seu amor ele traiu a si mesmo. 


Quando ele a escolheu para morar junto de si, ele quis ser tua alma, ter seu corpo, tudo enfim, mas ele logo compreendeu que além de dois existem mais. 

Pedro achava que o amor só dura em liberdade, o ciúme é só vaidade, ele sofria mais iria libertá-la. Infinita era a beleza dela, como podia ficar presa, como santa no altar?

Então, ele perdeu seu medo da chuva, pois percebeu que a chuva voltando pra terra traz coisas do ar. E pensou que ninguém é feliz nesse mundo tendo amado uma vez.

Pedro disse: "Se eu te amo e tu me amas e um amor a dois profana, um amor de todos os mortais. Porque quem gosta de maçã irá gostar de todas porque todas são iguais. O que eu quero se eu te privo do que eu mais venero que é a beleza de deitar."

E o caminhante Pedro resolveu caminhar.

Ao longo do caminho, ele viu uma coisa que não era normal, viu duas mulheres colocando aranha pra brigar. Deveria haver alguma explicação, o que aquelas aranhas estavam fazendo ali no chão. Uma em cima a outra em baixo.  Era isso que Pedro procurava e perguntou: Onde é que eu me encaixo?

Pensou:"Baby, eu guardo um presente da lua, descobre a vontade que é sua, não dá ouvido a razão, eu sei que você quer deitar, quem manda é o seu coração." 

Pedro compreendeu e falou: "Não dá ouvido a razão, se dentro da imagem do espelho, o inverno é o fogo do sol". E foi embora.

Cada um nasceu com a sua voz, para dizer, pra falar, de forma diferente, o que todo mundo sente. Ele já tinha visto aquilo no lixo dos quintais, na mesa do café, no amor dos carnavais, na mão, no pé, no tapa e no perdão, no ódio e na oração. Seu nome era Iemanjá, Virgem Maria da Rua, Glória ou Sicília na noite fria, qualquer mulher, mulher em qualquer dia.

Era chato chegar a um objectivo num instante, então Pedro queria viver nessa metamorfose ambulante.

Pedro sentia-se como o cachorro Urubu em guerra com Zeu e achou que isso só daria certo se tivesse ela por perto.

Mas agora ele quis dizer o oposto do que ele disse antes. Porque ele era uma metamorfose ambulante e pensou: " Se hoje eu sou estrela, amanhã já se apagou. Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor. Lhe tenho amor, lhe tenho horror, lhe faço amor, eu sou um ator."

Ele preferia ser aquela metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo, sobre o que é o amor, sobre que ele nem sabia mais quem ele era.

Foi quando ele cruzou Dr. Paxeco, vestido de palhaço, ao lado do cachorro Urubu, lhe oferecendo um banquete de lixo. Nesse dia a dentadura postiça caiu e o nível mental subiu, porque todo mundo explica, com o carimbo positivo da ciência, que aprova e classifica, com lápis de calcular e borracha pra depois apagar.

Pedro não perguntava, ele percebeu que não veio ao mundo para explicar, estava vivo como uma rocha, ele sabia que a vida não era uma resposta, se ele acontecia era devido ao fato dele simplesmente ser.

Ele percebeu que viemos ao mundo pra confundir, não pra explicar. Cada pessoa tem a sua verdade e cada um dá seu próprio sentido a vida.

Papai Raul, vendo a cena, pensou: "Antes de ler o livro que o Guru lhe deu você tem que escrever o seu!"


(Continua … Mas tudo acaba onde começou.)

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