O Pedro de ontem é o Dr. Paxeco de amanhã (Parte 5)

Pedro podia ler o futuro. 
Raul dizia que o futuro é o hoje de amanhã. 
Mas Pedro sabia que um dia iria envelhecer e morrer, porque ninguém vive pra sempre. 
Então, Pedro cantou para sua morte. 
E num momento carpinteiro do universo, pensou:
"Isso que faz a vida ser tão valiosa e cada pessoa tão especial. Somos únicos, não existe outro igual você". 
E concluiu que devemos viver cada segundo como se fosse único, porque o tempo também não volta.
Pedro via o sexo nas revistas, nos outdoors, na TV, na internet, menos na sua vida. 
Pensou:
"Não temos sexo quando somos solteiros, porque estamos a procura. Não temos sexo quando estamos casados, porque o tesão acabou."
E percebeu que estava o tempo todo sendo enganado. 
Um emprego, uma religião, um carro, uma casa, uma esposa, um computador, uma TV.
Pedro disse ao mundo: 
"Eu odeio tudo isso. 
Minha vida é um lixo. 
Temos tudo e continuamos sem nada. 
Na minha tv só passam miragens no deserto. 
Eu não sou isso. 
Não quero nada disso.
Sexo, guerra, violência, injustiça, roubo, miséria, desgraça, solidão, suicídio. 
Esse mundo é uma merda. 
Eu odeio minha esposa, odeio meu emprego, odeio meus amigos. 
Eu odeio minha vida.
Não quero nada disso. 
Não tenho vontade de nada disso. 
Não acreditem no lixo que jogam constantemente em cima de vocês. Bullshit!!! Só quero respirar outros ares. Like a rolling stone!!!
Se correr atrás da mentira nunca vai encontrar a verdade. 
Onde o início, o fim e o meio se encontram. 
A vida é aqui e agora. Se deixar pra depois já era. Passou. O infinito cabe em um segundo.
O infinito cabe no agora. 
O infinito cabe em voce. 
Deixe o lixo de lado. 
Viva sua vida do seu jeito. 
O mundo que se foda.  
Chega de mentiras jogadas na cabeça das pessoas. 
Carro, casa, bebida, cigarro, sexo, roupas, dinheiro. 
No fim, mesmo que nos sintamos vazios, já temos tudo e não precisamos de mais nada. Mas querem que acreditamos que não temos nada e precisamos de tudo."
Não quero mais nada. O ódio não é real. É a ausência de amor. 
Foi assim, num momento de liberdade, que Pedro criou a sociedade alternativa.

(Continua … Mas tudo acaba onde começou.)