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sexta-feira, 18 de março de 2011

Raul & a Religião

Já escrevi sobre as minhas idéias delirantes de Raul Seixas com a bebida, com Elvis, com a comida e por último com a morte.
Imaginava eu, na minha infantil mente que havia conseguido (ao meu modo) um certo apanhado sobre aspectos da vida do maluco beleza.
Imaginava...pois não é que um amigo louco me fez uma proposta insana?
"Que tal falar de Raul & a Religião?"
Protestei de imediato:
"Cara, isso é impossível, não há definições possíveis de Raul com qualquer religião ou seita."
Mas revendo a obra e a biografia notei que ela sempre esteve presente na vida de Raulzito.
Pois bem, Raul nasceu numa família de classe média baiana, Sylvio Passos em seus arquivos do inferno, tem fotos de Raul sendo batizado (tem até a bata utilizada neste fatídico dia), foto da 1ª Comunhão...e por aí vai.
Nota-se então que Da. Maria Eugenia e o Sr. Raul Varella Seixas, desejavam uma vida católica ao seu primogênito, doce ilusão.
Mas vai daí que a primeira namorada séria, Edith Wisner filha de um Pastor, pede em seu nome e do pai, que Raul largue a vida artística, que cada vez mais se consolidava, e volte aos estudos.
Raul segue à risca o que lhe foi pedido e em 28 de junho de 1967, dia em que completava 22 anos, casa-se com Edith.
Mas neste mesmo ano, Raul, Edith e os Panteras vão para o Rio de Janeiro, tentar a sorte no mundo musical.
Bom, depois de muitos percalços, vieram outras mulheres, o sucesso, a fama, a megalomania e bem lá no começo... Paulo Coelho.
Reza a lenda que o motivo da aproximação com Don Paulette, foram os disco voadores, que fazia a cabeça dos dois a época.
Mas depois disto veio muito mais - cultura oriental, contracultura, Sociedade Secreta da Besta do Apocalipse, O.T.O., Novo Aeon, Bhagavad-Gita (um dos 3 livros sagrados da humanidade), e por fim, Aleyster Crowley e a Sociedade Alternativa.
Aí, rolou muita doideira, dizem até, um pacto com o coisa ruim, Paulo Coelho deu um cruz credo à Soceidade Alternativa, e foi ser famoso com Mago em circos interplanetários deste mundo.
Mas Raul, o cara que compôs sozinho "O Trem das Sete", seguiu religiosamente a sua filosofia - a Sociedade Alternativa, ou o Raulseixismo, creio que dá no mesmo,
Se Deus existia ou não, isso não era problema de Raul, ele tinha algo de concreto agora a sua Sociedade, sua verdadeira religião.
Metamorfonico que era, se considerou ateu, agnóstico, o diabo à quatro.
Mas a chave da Sociedade Alternativa permaneceu em sua vida, em seus discos.
O modelo gótico, que remetia aos tempos medievais, a cruz ansata, a inclusão dos dois degraus, que tanto podiam levar a um pensamento sobre os degraus da iniciação ou metaforicamente a uma chave de abrir cabeças.
Raul viveu e morreu seguindo este ideal, no começo levava a idéia mais a sério, projetando terreno, coisas mais concretas, com o passar dos anos, tratou a passar a ideia como algo mais filosófico, individual mesmo.
Foi esculachado por muitos, principalmente quem tinha que sofrer as agruras de tê-lo como companheiro, como no dia em que Kika lhe disse:
"Que papo é esse de Sociedade Alternativa? Você não consegue colocar em ordem nem a sua vida, quanto mais uma sociedade?"
Dizem os mais próximos que foi um dos momentos mais tristes de sua atribulada vida.
E complementando todo estes signos, esta simbologia, vem carimbar o seu símbolo um "Imprimatur", o mesmo que a igreja católica utilizava em seu poder eclesiástico.
Este era o ar que Raul respirava, o ar do bem, do mal, de uma alma pura, do verdadeiro ouro de tolo, da alegria, da tristeza.
Qual seria opinião do Deus sobre tudo isto? Para Raul pouco importava, dentro de sua alma, havia uma chave, uma religião, uma Alternativa.
Mesmo que essa chave hoje tenha virado objeto de mesquinharia, miséria, por culpa nossa ou não, o que sobrou nestes sombrios dias é um mar de lama, que cheira à podridão.
Viva Raul!
Reinaldo Pinheiro Pinho

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