Pedro olhou no espelho e viu sua imagem.
Atravessou o possível, foi até o impossível.
Lá ele se encontrou e não se reconheceu.
Ficou assustado com a sua própria imagem.
Ficou com medo de si.
Abominou a sua imagem.
Concluiu: A vida é o espelho.
Estou assustado.
Qual das duas é real ?
Pensou: Antes a imagem à realidade.
A imagem é invertida, confusa, estranha.
Sem luz apagamos a imagem.
Mas a vida não tem fim.
A vida é a luz.
A luz as vezes cega...
Antes o espelho ao meu rosto.
O espelho corta e é liso.
Meu rosto é áspero, frágil.
O espelho corta meu rosto,
e eu aprendo a viver.
Porque o vidro, do espelho já quebrado, corta e faz sangrar ?
Meu rosto já não vejo, começou a chorar...
Vejo minhas mãos, em sangue a jorrar.
Nos cacos do espelho, meu rosto a gritar.
Chega! Chega! Chega!
Começou a babar.
Loucura ? Feiura ? O que ?!
Ternura...
Doçura...
Amargura...
Pedro colou os cacos do espelho, pegou o último pedaço e apagou o sofrimento.
Acordou do outro lado.
E viu a sua face.
Tomou um susto.
Quem sou eu ?
Estou dentro do espelho...
Pedro olhou novamente no espelho
E viu o Dr. Paxeco refletido.
(Continua… mas tudo acaba onde começou)
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