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segunda-feira, 20 de junho de 2011

A volta da sociedade alternativa. É possível?

Por Fátima Silva,

Conversando com um velho amigo hippie em Quissamã-RJ, obtive dele a informação de que um forte grupo paulista e carioca, estão tentando reviver uma versão Woodstock no Brasil. Reviver o sonho.

Vivi essa época e foi um prêmio divino a juventude ocidental. Pois a revolução era feita através de lindas canções, lema de paz e amor contra a violência e roupas adornadas com flores, pérolas, fitas, metais, paetês, cristais...enfim, a sociedade alternativa despontou mostrando que tanto os ensinamentos de Gandhi, quanto Martin Luther King, eram pérolas de qualquer revolução que deseja uma verdadeira mudança.

Como hippie, viajei pelo Brasil tocando em bandas de rock e mostrando através da música, que podíamos realmente mudar o mundo pra melhor. Porém infelizmente não deram prosseguimento a Woodstock no Brasil, o que travou o desenvolvimento da revolução da sociedade alternativa.
Um movimento pacífico, com músicas e roupas adornadas. Algo que me parece depois disso, geração nenhuma provará o mel e doçura do amor e paz que transmitíamos através de nossas músicas e comportamentos.

Muito embora com exceção do cigarro, não tenha tido afinidade com nenhuma outra droga, não tínhamos preconceitos contra nada e nem contra ninguém.
Éramos revolucionários sim, porém fazíamos uma revolução com arte, com música, com dança...e muito amor afetivo.

Foi assim que os negros americanos, liderados por Martin Luther King, conquistaram e agregaram muitos brancos no movimento dos direitos civis na década de 60 nos E.U.A . Enquanto apanhavam das forças opressoras, cantavam e glorificam a Deus, sem nunca revidar a violência que os acometia.

No Brasil, as letras e notas musicais, geradas no coração daqueles que viviam o sonho do amor, ganhavam apoio das rádios mais badaladas na época, como a Rádio Mundial, por exemplo.

Através da música, botávamos a arrogância de joelhos, inclusive a religião. Pois a nossa mensagem era forte e cantada pelos jovens no Brasil e nos E.U.A . Mostramos que o dinheiro não é tudo. Mostramos que a arrogância é fraca diante do que é belo, diante do que é majestoso. E que a religião nada sabe. Pelo contrário, só distorce o caminho daqueles que buscam a verdadeira sabedoria.
E a sabedoria estava em nossas canções, em nossas letras, representada em nossas roupas e nos enfeites que adornavam nossas cabeleiras e instrumentos musicais.

A era de aquários, Woodstock. Quem não viveu o sonho, não tem noção do que isso significou de liberdade cantada entre versos e refrões em nossas vidas.
É lógico que houve descaminhos através de alguns, porém não foi a maioria.

Ainda há no Brasil alguns hippies remanescentes que mantém o sonho entranhado no coração e na alma. Já velhos em sua maioria, vivem ainda do artesanato, porém enfrentam preconceitos sociais, os quais, tais preconceitos, nunca teve parte em nossas vidas.
Os que ainda tem preconceitos contra nós, não tem noção da liberdade que vivíamos, da liberdade que dava inveja em muitos filhinhos de papai, que depois se juntavam a nós e se tornavam verdadeiros irmãos e companheiros de viagem.

Woodstock, a era de aquários, a volta da sociedade alternativa. É possível? Sim,é possível. Uma coisa é certa: haverá mudança nas letras e nas canções,as sonantes das notas musicais voltarão. A beleza dos adornos florais nas cabeças das mulheres a tornarão mais lindas do que são. E as roupas cobrirão seus corpos fazendo parte da anatomia feminina, sem precisar que tal anatomia fique responsável sozinha pela atração de sua beleza.

Quem era feio, ficava bonito e quem era bonito, deslanchava beleza e quem era belo descartava o ego, espalhando simpatia e amor afetivo.

Assim era a sociedade alternativa.

PAZ E AMOR!

Fonte: www.elesbaonews.com.br

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