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domingo, 9 de janeiro de 2022

O Minimalismo Musical

 O minimalismo musical se destacou no fim dos anos 70 e inicio dos anos 80 pelo uso mínimo de notas musicais e letras com poucas palavras.

 


 

 




 

 

 

 

 

sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Two riders were approaching, and the wind begins to howl

Musica de Bob Dylan, consagrada por Jimmy Hendrix.

 

 



 

 




 


 

 All Along the Watchtower

Bob Dylan (Nobel Prize)

There must be some way out of here
Said the joker to the thief
There's too much confusion, I can't get no relief
Businessmen, they drink my wine
Plowmen dig my earth
None of them along the line know what any of it is worth

No reason to get excited,the thief, he kindly spoke
There are many here among us who feel that life is but a joke
But you and I, we've been through that, and this is not our fate
So let us not talk falsely now, the hour is getting late

All along the watchtower, princes kept the view
While all the women came and went, barefoot servants, too

Outside in the distance a wildcat did growl
Two riders were approaching, the wind began to howl

 


sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Raul Seixas foi a reencarnação do Gordurinha?

O esquecido Gordurinha, tinha o humor sarcástico e irreverente, a mistura de ritmos e a critica social posteriormente vista em Raul Seixas.

Eram almas gêmeas ou Raul foi a sua reencarnação?





sexta-feira, 30 de julho de 2021

Qualquer maneira de amor vale a pena

Parece um clichê. Mas paz e amor eh mais necessário que nunca.

 

Bertrand Russel: "Amor eh sabedoria, ódio eh besteira".



 



sexta-feira, 18 de junho de 2021

O Dia em que Hermeto Pascoal encontrou Jimi Hendrix



O dia em que um Albino e um Negro se encontraram na genialidade criativa!

 



AMBOS ETERNOS!

 

Um imortal, morreu com 28 anos.


O outro imortal, vivo e ativo aos 85!








quinta-feira, 27 de maio de 2021

Janes & Jimi = Paz e Amor

 Uma toca com a garganta, o outro toca a guitarra.

Ambos falam a língua do coração e da musica.

 




quinta-feira, 22 de abril de 2021

Engolindo Cultura

Quem disse que ninguém cria mais nada?

 O novo não tocara na TV e na radio certamente.

Antropofagia. Canibalismo cultural.

Bandas Colombianas interessantes, que mistura Cumbia (um ritmo latino) com musica eletrônica.


 



MANIFESTO ANTROPÓFAGO

“Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente.
Filosoficamente.

Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os
coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.

Tupi, or not tupi that is the question.

Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.

Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.

Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama.
Freud acabou com o enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa.

O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o
mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O cinema americano informará.

Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a
hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No
país da cobra grande.

Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca
soubemos
o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no
mapa-múndi do Brasil.

Uma consciência participante, uma rítmica religiosa.

Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da
vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Lévy-Bruhl estudar.

Queremos a Revolução Caraíba. Maior que a Revolução Francesa. A unificação de
todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem nós a Europa não teria
sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.

A idade de ouro anunciada pela América. A idade de ouro. E todas as girls.

Filiação. O contato com o Brasil Caraíba. Ori Villegaignon print terre.
Montaigne. O homem natural. Rousseau. Da Revolução Francesa ao Romantismo, à
Revolução Bolchevista, à Revolução Surrealista e ao bárbaro tecnizado de
Keyserling. Caminhamos.

Nunca fomos catequizados. Vivemos através de um direito sonâmbulo. Fizemos
Cristo nascer na Bahia. Ou em Belém do Pará.

Mas nunca admitimos o nascimento da lógica entre nós.

Contra o Padre Vieira. Autor do nosso primeiro empréstimo, para ganhar comissão.
O rei-analfabeto dissera-lhe: ponha isso no papel mas sem muita lábia. Fez-se o
empréstimo. Gravou-se o açúcar brasileiro. Vieira deixou o dinheiro em Portugal
e nos trouxe a lábia.

O espírito recusa-se a conceber o espírito sem o corpo. O antropomorfismo.
Necessidade da vacina antropofágica. Para o equilíbrio contra as religiões de
meridiano. E as inquisições exteriores.

Só podemos atender ao mundo orecular.

Tínhamos a justiça codificação da vingança. A ciência codificação da Magia.
Antropofagia. A transformação permanente do Tabu em totem.

Contra o mundo reversível e as idéias objetivadas. Cadaverizadas. O stop do
pensamento que é dinâmico. O indivíduo vítima do sistema. Fonte das injustiças
clássicas. Das injustiças românticas. E o esquecimento das conquistas
interiores.

Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros.

O instinto Caraíba.

Morte e vida das hipóteses. Da equação eu parte do Cosmos ao axioma Cosmos parte
do eu. Subsistência. Conhecimento. Antropofagia.

Contra as elites vegetais. Em comunicação com o solo.

Nunca fomos catequizados. Fizemos foi Carnaval. O índio vestido de senador do
Império. Fingindo de Pitt. Ou figurando nas óperas de Alencar cheio de bons
sentimentos portugueses.

Já tínhamos o comunismo. Já tínhamos a língua surrealista. A idade de ouro.

Catiti Catiti

Imara Notiá

Notiá Imara

Ipeju*

A magia e a vida. Tínhamos a relação e a distribuição dos bens físicos, dos bens
morais, dos bens dignários. E sabíamos transpor o mistério e a morte com o
auxílio de algumas formas gramaticais.

Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele me respondeu que era a garantia do
exercício da possibilidade. Esse homem chamava-se Galli Mathias. Comia.

Só não há determinismo onde há mistério. Mas que temos nós com isso?

Contra as histórias do homem que começam no Cabo Finisterra. O mundo não datado.
Não rubricado. Sem Napoleão. Sem César.

A fixação do progresso por meio de catálogos e aparelhos de televisão. Só a
maquinaria. E os transfusores de sangue.

Contra as sublimações antagônicas. Trazidas nas caravelas.

Contra a verdade dos povos missionários, definida pela sagacidade de um
antropófago, o Visconde de Cairu: – É mentira muitas vezes repetida.

Mas não foram cruzados que vieram. Foram fugitivos de uma civilização que
estamos comendo, porque somos fortes e vingativos como o Jabuti.

Se Deus é a consciênda do Universo Incriado, Guaraci é a mãe dos viventes. Jaci
é a mãe dos vegetais.

Não tivemos especulação. Mas tínhamos adivinhação. Tínhamos Política que é a
ciência da distribuição. E um sistema social-planetário.

As migrações. A fuga dos estados tediosos. Contra as escleroses urbanas. Contra
os Conservatórios e o tédio especulativo.

De William James e Voronoff. A transfiguração do Tabu em totem. Antropofagia.

O pater famílias e a criação da Moral da Cegonha: Ignorância real das coisas+
fala de imaginação + sentimento de autoridade ante a prole curiosa.

É preciso partir de um profundo ateísmo para se chegar à idéia de Deus. Mas a
caraíba não precisava. Porque tinha Guaraci.

O objetivo criado reage com os Anjos da Queda. Depois Moisés divaga. Que temos
nós com isso?

Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a
felicidade.

Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria, afilhado de Catarina de
Médicis e genro de D. Antônio de Mariz.

A alegria é a prova dos nove.

No matriarcado de Pindorama.

Contra a Memória fonte do costume. A experiência pessoal renovada.

Somos concretistas. As idéias tomam conta, reagem, queimam gente nas praças
públicas. Suprimarnos as idéias e as outras paralisias. Pelos roteiros.
Acreditar nos sinais, acreditar nos instrumentos e nas estrelas.

Contra Goethe, a mãe dos Gracos, e a Corte de D. João VI.

A alegria é a prova dos nove.

A luta entre o que se chamaria Incriado e a Criatura – ilustrada pela
contradição permanente do homem e o seu Tabu. O amor cotidiano e o modusvivendi
capitalista. Antropofagia. Absorção do inimigo sacro. Para transformá-lo em
totem. A humana aventura. A terrena finalidade. Porém, só as puras elites
conseguiram realizar a antropofagia carnal, que traz em si o mais alto sentido
da vida e evita todos os males identificados por Freud, males catequistas. O que
se dá não é uma sublimação do instinto sexual. É a escala termométrica do
instinto antropofágico. De carnal, ele se torna eletivo e cria a amizade.
Afetivo, o amor. Especulativo, a ciência. Desvia-se e transfere-se. Chegamos ao
aviltamento. A baixa antropofagia aglomerada nos pecados de catecismo – a
inveja, a usura, a calúnia, o assassinato. Peste dos chamados povos cultos e
cristianizados, é contra ela que estamos agindo. Antropófagos.

Contra Anchieta cantando as onze mil virgens do céu, na terra de Iracema, – o
patriarca João Ramalho fundador de São Paulo.

A nossa independência ainda não foi proclamada. Frape típica de D. João VI: –
Meu filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça!
Expulsamos a dinastia. É preciso expulsar o espírito bragantino, as ordenações e
o rapé de Maria da Fonte.

Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud – a
realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do
matriarcado de Pindorama.”

Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/manifesto_antropofagico/

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Essas Feridas da Vida

Margarida, essas feridas da vida...

 

Panis et circensis, de Gil e Caetano, termo usado para referir-se ao Pão e Circo,  proporcionado no Coliseu romano para entreter as massas.

 


terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Na Encruzilhada

 


Submersos em um oceano de mentiras.
Afogados pela própria estupidez.
Morremos dentro de nós mesmos.
Onde o final não é feliz.
E o novo ano nunca chegará.

Corremos ao banheiro.
Vomitando os miolos.
Utilizando fraldas psiquiátricas.
Para reprimir nossa incontinência psicológica.

A gaiola sempre esteve aberta.
Mas não quisemos fugir.
E nos acostumamos a viver.
Mortos, dentro de um disco de vinil riscado que já nem existe mais.

Onde o tempo encontrou o espaço.
A linha reta entortou.
O Messias está morto.
E a garrafa de ilusões secou.

Mas além da encruzilhada
Onde mora o amor e a coragem.
Existe um mundo de esperança.
Na Sociedade Alternativa.








sábado, 13 de outubro de 2012

Sobre os EXTRAS do DVD - O Início, o fim e o meio




Pra quem tanto queria ouvir, ver... lá está, em um dos mais longos depoimentos dos "Extras", um supreendente e hesitante Jerry Adriane.
 
Apesar da incrível qualidade, o DVD não era o que eu esperava e ao mesmo tempo foi mais do que isso.
 
Não era o que esperava, em relação a essa parte do material que ficou de fora, achei pouco interessante e muita curta.
 
Mas como sempre, muito  se salva.
 
Como não se emocionar vendo Sylvio Passos e o Agnaldo (ex Fofinho), em um verdadeiro sonho para os fãs - assistir a uma gravação em estúdio com Marcelo Nova e Banda acompanhando um delirante Raul em pleno aquecimento para as gravações finais.
 
E imagine só...se os fãs (esses chatos ) , já chiaram com a indispensável aparição de Paulo Coleho, o que dizer do tom emocionante em     que Don Paulete relata quando soube da morte do amigo e parceiro?
 
E algo que reforça o que ficou claro no filme - o quanto a poeira conduziu a vida de Raul até o seu triste fim - o encontro final com a noiva de branco.
 
Mas se o pessoal do Raulfarinha (copryght - mr beer), ainda não ficar contente, temos, belíssimas fotos, Crônicas, Críticas, Trailler oficial + pílulas promocionais, matérias e para encerrar um texto de Walter Carvalho.
 
Se mesmo assim, o caro leitor não gostar de nada, segura a onda, você nunca vai gostar de nada mesmo...
 
Reinaldo Pinheiro de Pinho
Ps - Se alguém tiver a pachorra de contar quantas vezes o mais novo e insuportável  maneirismo de linguagem -"enfim" - apareceu nestes extras, me contem...



quinta-feira, 5 de abril de 2012

Frase de Niemayer ao completar 102 anos.

Niemayer, o arquiteto que planejou Brasília, falou e disse:

"Projetar Brasília para os Políticos que vocês colocaram lá, foi como criar um lindo vaso de flores prá vocês usarem como pinico. Hoje eu vejo, tristemente, que Brasília nunca deveria ter sido projetada em forma de avião, mas sim de Camburão".

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

No horizonte: a sociedade alternativa

No centro do sol esta a sociedade alternativa. Onde todos os atomos se encontram em uma explosao de realidade.

domingo, 22 de janeiro de 2012

A Evolução do Capitalismo

Mercados financeiros em crise. Desvalorização do Dollar nos Estados Unidos. O fim do Euro na Europa.

 

O início, o fim e o meio.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Aleister Crowley: The Beast 666 - Lon Milo DuQuette

Viva a sociedade alternativa 2012

Esta escrito no calendario Maia. Em 2012 tudo acaba onde comecou. E na sociedade alternativa eh possivel recomecar a cada minuto. Porque somos metamorfoses ambulantes e agora somos o oposto do que dissemos antes. Porque somos os atores de nossas proprias vidas escritas nas estrelas, no livro secreto de Nui.

Um grande e feliz 2012 a todos voces! Viva a sociedade alternativa 2012!

domingo, 4 de dezembro de 2011

Raul Seixas era ateu?

Em algumas músicas ele parece acreditar em Deus. Em outras desconsidera a existência de um ser divino além do próprio Homem. Supostamente seguia a lei de thelema de Crowley (Faze o que tu queres), já afirmou que já passou por todas as religiões, filosofias, políticas e lutas, mas com onze anos de idade já desconfiava da verdade absoluta.Afinal, qual era essa verdade absoluta? Raul já acreditou em Deus? Ou foi uma metamorfose ambulante, acreditando e desacreditando ao longo do tempo?


Resposta: Raul era Raulseixista!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Na sociedade alternativa tem inteligencia

A sociedade alternativa eh voce.
A sociedade alternativa esta dentro da sua cabeca.
A sociedade alternativa eh a revolucao.
Entre de cabeca na sociedade alternativa.

sábado, 29 de outubro de 2011

Crítca - Documéntario: "Raul Seixas - O Inicio o Fim e o Meio"

Como eu já disse por aí, gostei muito do documentário, e mesmo sabendo de todos os excessos do Raul, o que foi relatado na película, ainda me deixou perplexo.
Raul não tinha limites para nada!
Na questão das drogas, um tema tratado com muito tato até então, o assunto foi escancarado, em particular me chamou a atenção como todos os parceiros e companheiras, gostavam de uma carreira brilhante.
Creio que se for feito um levantamento, a palavra cocaína foi uma das mais citadas durante as duas horas.
Uma das ex, acho que a Kika, respondeu à pergunta - se ele cheirava muito, a resposta foi lacônica e altamente explicativa:
- Raul cheirava SISTEMÁTICAMENTE.
Depois a Kika explicou que até ali, ela ainda aguentava, mas quando Raul caiu no éter, foi demais para ela.
Até o sempre comedido Sylvio, contou o que sabia:
- Ele não cheirava pouco não...comprava uns galões de 5 litros...
A questão religiosa também me chamou muito a atenção, sempre perguntei aos que conviveram com Raul, como ele tratava a religião, e a ladainha sempre se repetia, agnóstico, etc. e tal.
Mas no documentário, houve um comentário de uma das ex (não vou ficar citando nomes, pois não tenho certeza):
"Se ele visse uma igreja, atravessava a rua, não gostava nem de passar em frente".
Em seguida, cortes rápidos (o filme tem muitos momentos assim) e vídeos de Raul... não ...acho que do Toninho Buda...urinando sobre fotos do Papa (creio que o João Paulo II), fotos do papa na privada, e coisas do tipo.
E foi dito em alto e bom som pelo irmão de Raul Plininho:
"Raul era ateu!"
E achei importante também as cenas com sacrifícios de animais pelo Toninho . Achei isto porque tem muito raulxiita que tem uma visão romântica dos lances de magia do Raul e do Paulo. Aí maluco acende um incenso e pensa que está se ligando ao cosmo. Negada, o buraco é mais em baixo.
Como também julguei importante mostrar os galos que o Claudio Roberto cria para rinhas. E o fato do Jay Vaquer, mostrar que só anda armado.
A gente fica pensando que é todo mundo Paz & amor - mas:
"Não seja bobo meu rapaz!"
Sobre as mulheres também um lance bem interessante, a facilidade com que ele trocava de mulheres, ia e voltava pra uma, sem ligar muito pros sentimentos delas, um verdadeiro (como ele sempre disse) egoísta. E o bicho era tipo pegador mesmo, insaciável.
Já o discurso do Marcelo Nova (que estranhamente não vi a presença em nenhuma das sessões) foi o mais indignado de todos.
Olhou de frente pra câmera, chamou todo mundo pro pau, não deu uma de santo, nem de capeta, mas uma frase dele (ou pelo menos um fragmento dela) me chamou a atenção:
"Quando eu me vi, fazendo feira pro Raul, falei pô..."
Achei interessante também a intransigente defesa que o Caetano Veloso fez dele, Marcelo.
Disse que em momento algum, achou o Nova, aproveitador ou coisa do gênero, classificou-o como um fã, prestando homenagem ao ídolo com todo carinho.
Aliás o Caetano foi um caso à parte, ele foi o fio condutor do documentário, apareceu em vários momentos, inclusive no final. Sempre achei que o Caetano era a pedra no sapato do Raul, com o documentário, tive maior certeza disto, mas este assunto já renderia um outro texto.
E como os raulchatistas merecem bem este nome, era aparecer o Caetano, e ouviam-se vaias no cinema...
Ouvi comentários que o espaço cedido a ele, foi para promover o filme, não acho. O que acontece é que o Veloso, tem um puta timing para dizer as coisas e as diz, com poesia...
Por último o prato principal - Paulo Coelho.
Esse quando aparecia na tela, havia um sujeito engravatado que o xingava o tempo todo.
Mas vou lhes dar aqui, minha opinião sobre sua participação neste documentário.
Ele foi o grande absolvido!
Sei que maioria não vai concordar comigo, mas...é isso... o que a maioria achou tratar-se de ironia, deboche, ao meu modo de ver era um entendimento que a vida é assim mesmo. Ele falou tudo com leveza, humor e claro - ironia - mas não senti nisto, nada que desabonasse Raul Seixas. Inclusive quando perguntado, sobre quem seria o maior parceiro de Raul ele não teve dúvidas e respondeu:
"O grande parceiro do Raul, sempre foi Raul Seixas!"
E já pelo final do documentário, aparece ele no palco do Canecão, cantando (segundo ele ) pela primeira vez na vida, ao lado de Raul e Marcelo. E depois nos camarins, notei um grande respeito pelo Raul, que ficou visívelmente emocionado.
Por favor, não levem em conta, as frases que aqui coloquei, elas não são o retrato fiel do filme, mas o que lembro ou ainda o que senti.
Pois quando apreciamos uma obra, ela não é mais do autor, mas de quem a vê.
Assistam ao documentário!
Viva Raul!
Reinaldo Pinheiro Pinho
(Mr Beer)

Sê Inteiro


Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive

Fernando Pessoa
(Heterônio Ricardo Reis)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Sociedade Alternativa na Capital da Dinamarca

Por Juliana Guarany
Especial para o UOL Tabloide
Em Copenhague (Dinamarca)


Que Tivoli, que nada. Passear por Copenhague hoje em dia vai muito além de conhecer um dos parques temáticos mais antigos do mundo. Um outro parque, bem perto dali e com muito menos glamour, tem chamado a atenção dos moradores, das autoridades dinamarquesas e, agora, também dos turistas.
Já se passaram 40 anos da revolução, do amor livre e do "proibido proibir", mas aquele cantinho do mundo permanece ali, firme e forte, na defesa da sociedade alternativa. Christiania, uma comunidade hippie localizada bem no centro da capital dinamarquesa, preserva como pode as características do movimento hippie. Se Raul Seixas estivesse vivo, provavelmente moraria ali... isso se o Maluco Beleza aguentasse o frio de quase 15 graus negativos no inverno!

A comunidade divide opiniões dos moradores. Tem quem ache que a "cidade livre", como é conhecida, atrai criminosos e vendedores de drogas. Isso porque é muito fácil comprar maconha na avenida principal da comunidade, a Pusher Street. Mas tem também quem admire a tranquilidade do local. Christiania tem seu próprio código de conduta e leis, e a comunidade de cerca de mil habitantes convive em paz com os jovens estudantes e desempregados que passam seus dias por ali, relaxando em frente ao lago ou conversando nas mesinhas de Nemoland, a “praça de alimentação” de Christiania.
Para os turistas - e também para a enviada especial do UOL Tabloide, que é filha de Deus e também faz turismo -, é realmente interessante passar pelo portal de entrada da cidade. Na saída, aquele mesmo portal traz a mensagem “You are now entering the European Union” (“Você agora está entrando na União Europeia”). É para se sentir mesmo em outro planeta.

Dinamarca 2, mas mantenha o respeito

Ao andar pela Pusher Street, logo se vê que o paraíso de Marcelo D2, vocalista do Planet Hemp, é mesmo ali: dezenas de barraquinhas, como numa imensa feirinha hippie, vendem todo o tipo de ervas que “curam e acalmam, aliviam e temperam”, como diria a banda O Rappa. Encontra-se ali desde a maconha em si, como também o skunk, haxixe, maconha com sabores, muitos deles já enrolados e prontos para o consumo, para facilitar a vida dos menos acostumados a ver a erva em tanta abundância. Não por acaso, a rua possui cartazes de “proibido fotografar” espalhados por todos os lados. Não que seja exatamente um segredo, mas é por bem manter a câmera fora de alcance e evitar problemas.
O mercado pode até assustar um pouquinho quem chega desprevenido, mas logo Christiania mostra que ali o povo só quer mesmo paz e amor. Ao passar pela pracinha Nemoland, chega-se ao canal em que as casas dos moradores se espalham, uma mais curiosa que a outra: caixotes de vidro, discos voadores, casas na árvore, criatividade ali não falta. Há também uma escola para a criançada com um cartaz alertando quem curte o passeio: “não dê bobeira por aqui durante a semana!”. Nada de legalizar perto dos menores.
O local preferido para os relaxadores de plantão é o novo gramado, cuidadosamente plantado pelos moradores, que pedem para ninguém deixar lixo por ali. O sol da primavera convida locais e turistas a curtirem o seu “legalize it” sem pressa, de frente para o canal.
Muitas casas bizarras depois, é possível conhecer o verdadeiro coração da cidade, uma rua bem menos movimentada, voltada para os moradores. Ali há uma banca de troca de roupas e assessórios. Gostou de alguma coisa? É só levar, mas é de bom tom deixar lá também a sua contribuição.

Começou por brincadeira

Tudo começou em setembro de 1971, quando moradores da região de Christianshavn resolveram invadir uma área militar que não era mais utilizada desde a Segunda Guerra Mundial sob o pretexto de que queriam um local tranquilo para seus que filhos brincassem. Com o tempo, famílias passaram a construir casas na região do canal– nada planejado, tudo em meio à natureza – até que a comunidade se formou e hoje conta com cerca de mil habitantes. Por todos os lados vê-se o símbolo de Christiania: três pontos amarelos em um fundo vermelho. É dito que as cores foram escolhidas porque, na época da invasão, os moradores acharam muita tinta vermelha sobrando por ali.
Em Christiania, ninguém é dono da propriedade em que mora. Para entrar para a comunidade, é preciso passar pelo crivo de todos mediante assembleia, algo mais difícil que conseguir uma mesa no Noma, eleito o melhor restaurante do mundo pela Restaurant Magazine - por acaso, o restaurante fica a menos de 500 metros da cidade livre.
Apesar de pagarem por água, luz e pela retirada de lixo, os moradores de Christiania não são obrigados a pagar muitas das taxas impostas aos outros cidadãos. Isto, num dos países que mais cobra taxas de sua população, é uma grande vantagem, o que gera reclamações de que a cidade livre é uma parasita dos cidadãos comuns.
“Eles invadiram uma propriedade pública e não pagam para morar ali. Fora isso, é muito pouco democrático ver que só entra para a comunidade aqueles que conhecem quem já está dentro, tudo às custas de quem está fora”, diz o estudante Sven Pedersen, morador da região de Copenhague.

A lei? Ora, a lei

Desde que Christiania foi criada, seu destino pareceu incerto. Governos mais liberais tentaram integrá-la à cidade, mas nunca de forma satisfatória, tanto para a comunidade como para Copenhague. O tráfico de drogas pesadas, proibido em Christiania, chegou a sair do controle nos anos 80, mas a comunidade conseguiu coibir os traficantes. Mesmo assim, a venda de maconha, liberada na cidade livre, continua incomodando.
Recentemente, com o governo direitista que assumiu o poder na Dinamarca, Christiania viu sua maior ameaça: exigiu-se que a comunidade deixasse o local ou comprasse a propriedade. Em valor de mercado, a área poderia atingir até um bilhão de coroas dinamarquesas, algo em torno de 130 milhões de euros.
Para a alegria dos hippies de plantão, Christiania fechou um acordo de compra de suas propriedades por um valor bem mais modesto: 120 milhões de coroas dinamarquesas, ou 10,5 milhões de euros, aproximadamente. Algo em torno de 10% do valor de mercado.
Com isso, os moradores poderão ter mais segurança e controle sobre o destino reservado à sua propriedade. Para o governo, era importante legalizar a situação de Christiania, mas não havia interesse em acabar com a comunidade, pois só a cidade livre atrai mais de três milhões de turistas por ano, interessados puramente em saber como funciona uma sociedade alternativa. Ah bom!